O Curador-Ferido: Xamã e Psicoterapeuta Junguiano, Aproximações do Mito na Formação Junguiana
Rejane Maria Gomes Leite Natel
Ano: 2012
Orientador: José Jorge Zacharias
Resumo: O Mito do Curador-Ferido é identificado nas Sociedades Xamânicas e através de JUNG e VON FRANZ, traço um paralelo, quanto à atuação e formação do Analista Junguiano. Desde o Universo simbólico-religioso até sua mudança de Status Religioso dentro desta comunidade. Ele é identificado no grupo por apresentar características desde a infância que o diferenciam dos demais integrantes. Doenças Após essa identificação passam por processos de resistência física e psíquica, numa aproximação do Mito do Herói que conhecemos em nossa sociedade. Ao resistir e enfrentar todo o processo de treinamento e aprendizado, transmitido oralmente por ser uma religião tradicional ou primitiva, está apto a ser um Curandeiro, o medicine-man do grupo. Mas para atingir esse Status, ele é o detentor e mantenedor das tradições e técnicas de êxtase para entrar em contato com os espíritos. Segundo MIRCEA ELIADE, sua função social no grupo, é o de transmitir toda a Cosmogonia e Teogonia, desde de sua criação, e assim através desse ofício promover a Cura Simbólica, através do estado alterado de consciência, obter a Cura de forma a devolver ao sujeito sua integridade física, psíquica e espiritual. JUNG E VON FRANZ, ao escreverem que o sujeito para ser um psicoterapeuta Junguiano, necessita passar por processos muito semelhantes, nos remete a uma aproximação desse Mito. Alertam sobre os riscos de não obtermos a Cura de nossos pacientes, se não tivermos passado pelo processo de autoconhecimento, tornando assim uma terapia superficial, onde faremos o papel de orientador ao invés de Curar. Trata a análise a que devemos nos submeter como as provas de resistência ao entrarmos em contato com o nosso inconsciente profundo, onde ocorre um processo de fenômenos Numinosos. Além de exigirem um aprendizado teórico e vocação. Tratando esses temas num Universo Simbólico próximo do Universo Xamânico. A vocação seria o chamado identificado em situações de extremo perigo físico e psíquico, onde somos remetidos ao nosso inconsciente profundo, perdas, lutos, doenças graves e outros sofrimentos nos aproximam de nosso Mundo Interior, promovendo em nossa vida cotidiana transformações. Ao obtermos a Cura, estaremos nos identificando com o mito do Curador Ferido, e assim estamos aptos a reconhecer e acolher a dor do outro: nossos pacientes. Assim, a Cura simbólica ocorre de forma muito semelhante a das Sociedades Xamânicas. A capacidade de curar o outro exige de cada curador o ato de Curar a Si-mesmo. O universo simbólico, suas crenças e a busca por sua individuação será o objetivo e a intenção maior desse processo, melhor explicando, a cura se dá a aquele que consegue enfrentar seu inconsciente profundo e retornar a sua vida consciente transformado. As aproximações são possíveis através de comparações e alertas feitas por JUNG e VON FRANZ, e outros autores que se debruçaram no estudo da psicologia e de outras ciências que tenham a disposição de através desse conhecimento, tomar a humanidade como um todo, onde a universalidade de símbolos tenham um significado que faça sentido para o homem, atual ou primitivo.
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